O forro do costado

Uma vez que se trata de uma peça didáctica, pensou-se que toda a estrutura construtiva da embarcação deveria ser posta em evidência e que se deveria minimizar a amplitude representativa dos forros.
Perspectiva sobre o forro do barco ao nível do cintado e do forro da borda. O cintado é composto por duas pranchas com dimensões distintas das restantes tábuas do forro. Em baixo, uma tábua de secção rectangular, com mais largura do que altura, corre o navio de popa à proa e forma a cinta propriamente dita. A tábua imediatamente acima é também mais grossa do que as tábuas do forro, tem duas vezes a altura das mesmas e forma o reforço adicional para o cintado da embarcação. Acima desta, correm duas voltas com tábuas de forro. Se o modelo fosse totalmente “vestido”, abaixo da cinta teríamos o forro do costado até ao forro do encolamento seguindo-se, por baixo do barco, o forro do fundo que chega até à tábua do resbordo, que é a tábua do forro que corre junto à quilha.

Confirma-se a ausência do forro abaixo da cinta para não ocultar pormenores construtivos debaixo do forro do costado. Nesta imagem, colocou-se já o cintão sobre a segunda tábua do forro da borda acima do cintado. O cintão reforça a borda e serve de apoio ao talabardão. A aplicação destas tábuas terminais deve efectuar-se de forma a pôr em evidência as linhas elípticas da embarcação. A canoa tem umas linhas harmónicas muito bem vincadas, mas sem arrufos excessivos e o trabalho de modelação deve sublinhar a elegância geométrica da embarcação.